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Jefté

 

Jefté significa ‘Deus abre‘ ou ‘Deus livra‘. Também admite algumas outras traduções que sugerem ‘o Senhor proporciona‘ ou ‘o Pai perdoa‘. Trata-se de um nome cujas interpretações giram em torno da capacidade que o Senhor tem de abrir possibilidades aos homens, tanto em questões materiais objetivas, quanto no caminho espiritual da fé. Há ainda a referência ao grandioso amor divino demonstrado através do perdão.

Vivia em Gileade, sendo membro da tribo de Manassés. Sua história é curiosa, controversa e, para muitos, não conclusiva. Ele nasceu e viveu em um contexto familiar que pode ser considerado desorganizado: sua mãe era prostituta, seu pai (Gileade) tinha muitos filhos com a mulher com quem se casou. Esses meios-irmãos não queriam que Jefté tivesse herança com eles e o expulsaram - Juízes 11.1-2.

Pensando nesse contexto, seria mais fácil que Jefté estivesse destinado ao fracasso! Afinal, não tinha culpa da sua origem, mas exatamente por conta dela, era tido como alguém que poderia trazer problemas e gerava ciúmes por conta da herança.

Se sua história terminasse aqui, não seria nenhum absurdo que ele tivesse passado por muitos problemas. Mas ela continua, nos provando que mesmo que pareça mais fácil e natural, o Senhor pode mudar o propósito se nos apresentarmos para realizar Sua vontade!

Jefté era um excluído. Sofria preconceito. Bullying. Não era bem querido em sua casa, não queriam dividir a herança com ele. Era alguém lançado à marginalidade, sem pai, mãe, irmãos e sem lar. Tendo que vencer os traumas e a situação financeira para se posicionar de forma relevante na sociedade.

O que acontece a Jefté, após ser expulso de casa? Fica pedindo ajuda, implorando por seus direitos, reclamando da vida e culpando os outros? Juízes 11.3-6 - Ele vai embora, tenta recomeçar, lutar por sobrevivência. Pode ter pensado muitas coisas ruins, passado por momentos delicados, mas não se deixou abater por nenhuma das coisas que aconteceram nem por seus possíveis pensamentos.

Seguiu a vida a ponto de ter notoriedade da parte daqueles que o expulsaram! Sim! Aqueles que expulsaram Jefté foram procurar por ele quando precisaram. Isso só pode ter acontecido porque eles notaram que Jefté poderia fazer alguma coisa. Sua vida seguiu e ele alcançou uma posição de notoriedade mesmo diante da adversidade!

Ele deve mesmo ter pensado coisas horríveis. Antes de aceitar ajudar, ele lembra das coisas que fizeram para ele. Mas acaba aceitando ajudar. Não se nega nem diz "tô nem aí, vocês estão colhendo o que plantaram". Mas voltaria para ajudar e ser líder entre eles!

Muitas pessoas podem se identificar com Jefté. Foi marginalizado, excluído, desprezado, expulso. E a Bíblia não revela nada que ele pessoalmente tenha feito para merecer isso. Apenas sua origem e o receio de dividir com ele a herança da família. Logo, inquietações dos outros, mas nada que ele tenha feito de fato!

Talvez uma pessoa que tenha realmente feito algo errado entenda a razão de seu sofrimento. E mesmo assim, é difícil enfrentar. Imagina se esse não era o caso! Ser perseguido por algo que você nem fez ou nem tem como ser culpado para aceitar a perseguição! Se reerguer em uma situação assim é muito mais complicado.

Mas Jefté nos mostra que isso é possível. E mais: ser a pessoa que vai ajudar aqueles que o perseguiram sem que ele tivesse feito nada para merecer isso. Ele era valente, valoroso e líder. Cheio de qualidades, em um contexto de tantas dificuldades. A história demonstra um homem motivado e disposto a vencer, tanto que ganha notoriedade dos anciãos de Israel e em um momento crítico da nação, ele é lembrado e solicitado.

Para quem não desanima nem fica tentando procurar culpados por seu real infortúnio, sempre chega esse momento de reconhecimento e vitória. Mesmo que seja espiritual e na eternidade, por ter seguido buscando ao Senhor. Jefté era maior que sua história natural de desamparado familiar, financeiro e social. E essa é uma lição para nós.

Deixar para trás o sofrimento por conta do preconceito sofrido, o anonimato da expulsão, humilhado por seu nascimento sem ser culpa sua, mas não passar a vida lamentando nem culpando o mundo. O destino empurrava Jefté para o caos, ele porém, prevalecia pela coragem e vontade de ser feliz!

Depois de excluído e rejeitado, Jefté se torna a última esperança de Israel contra os amonitas. O rei dos amonitas acreditava que Israel tinha tomado terras que ele entendia que eram suas. E por isso, atormentava Israel. Quando Jefté questiona o rei e dele recebe a resposta, algo pareceu estranho naquilo tudo e Jefté mandou novamente mensageiros ao rei dos amonitas para recolocar a história no seu devido lugar.

Mas de nada adiantou. Jefté revelou que Israel não invadiu território, ficou no limite, pediu passagem e não recebeu autorização. E seguiu sem desobedecer, mas foi atacado. E o Senhor era com Israel naquele momento, por isso aconteceu a vitória. Mas Israel foi atacada! Não atacou nem saiu tomando nada! Depois de atacada, venceu e realmente ficou com as terras. Mas não da forma como o rei dos amonitas sabia.

Sem contar que aquela crise toda tinha acontecido há muitos anos! Os atuais atores não tinham feito nada uns para os outros. Jefté tentou mostrar isso.

Quantas vezes vemos lutas na sociedade que se baseiam em acontecimentos de um passado tão distante que nem ofensores ou ofendidos vivem mais, mas ainda se tenta "alguma reparação". Lembro do filme "Cruzada", de 2005. O "Defensor de Jerusalém" alerta exatamente para isso: os ofendidos já tinham morrido e os ofensores também. Não haveria reparação humana, mas a batalha seguia.

E no caso de Jefté, ainda parece que as notícias de como tudo aconteceu foram deturpadas com o passar do tempo! Se pensava que tinha acontecido de um jeito, mas foi de outro jeito. Como o resultado foi a tomada da terra, era difícil confirmar os dados históricos de como tudo tinha acontecido. E cada um ficou com sua versão.

Tantos mal-entendidos acontecem e as pessoas seguem com lutas achando que estão com a razão. Precisamos aprender a confiar mais no Senhor e deixar de lado lutas que parecem razoáveis, mas que não refletem em nada o Reino!

A Bíblia nos relata que o Espírito do Senhor veio sobre Jefté - Juízes 11.29. E ele fez um voto ao Senhor: quando ele voltasse vitorioso, ao chegar em casa, o primeiro que viesse ao seu encontro, seria sacrificado ao Senhor.

Precisamos lembrar que esse era tempo de fazer sacrifícios não só por questão de confissão de pecado, mas também em agradecimento ao Senhor. Ainda que a lei não fale de sacrifícios humanos, seu voto foi muito genérico. Talvez ele esperasse um animal. Ou quem sabe, ainda com mágoa no coração, pudesse pensar em alguma pessoa ligada com os sofrimentos do passado. Não temos como saber o que ele pensava e a Bíblia não nos revela.

O fato é que ele fez um voto! Eclesiastes 5 nos recomenda não fazer voto, mas se fizermos, temos que cumprir!

A batalha aconteceu e Jefté foi vitorioso, com o cuidado do Senhor. Ao voltar pra casa, quem saiu ao seu encontro? Sua única filha, ainda sem casamento. Ele teve que cumprir seu voto, inclusive com o entendimento de sua filha. Foi um duro golpe, a deixou prantear por dois meses, mas cumpriu seu voto. E dessa situação, surgiu um costume de lamentar pela filha de Jefté de ano em ano por parte das filhas de Israel (Juízes 11.34-40).

Por mais cruel que pareça, e por mais que o Senhor não nos peça essas coisas, quando assumimos um compromisso com o Senhor, temos que cumprir, independente das consequências. Jefté nos ensina isso. O Senhor não pediu nada, mas ele se comprometeu. Foi necessário cumprir.

Jefté ainda teve que enfrentar problemas dentro de Israel, com Efraim. Mas também foi vitorioso e julgou Israel por 6 anos.

De rejeitado, alvo de preconceito, expulso, passou para a história como quem foi fiel em seus votos ao Senhor, independente da sua dor pessoal, um vitorioso no comando de Israel e líder de sua nação.

O Senhor fala com cada um de nós: sua história, por mais difícil que tenha sido, pode ser diferente. Siga a vontade do Senhor e aguarde o que Ele tem para você!

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