Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor

Oséias 6.3a

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Unidade pautada no Projeto de Deus

Pastor Ricardo

Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti. Que eles também sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

Jo 17.20-21

 

O que passo a escrever se trata de observações pessoais com relação a necessidade de vivermos em unidade. Isso terá como grande base o texto sagrado, a Bíblia, uma vez que queremos buscar entendimento desse processo a partir da vontade de Deus e encontramos os indícios que apontam para isso no texto sagrado. O motivador inicial para esse texto que segue é o texto Bíblico citado no início dessa parte e encontramos ele no Evangelho de João, capítulo 17, versículos 20 e 21. Durante esse texto, vamos levantar outros textos, mas esse será o nosso ponto de partida.


 

Esse texto está inserido no contexto de uma oração feita por Jesus em favor de seus discípulos. Jesus está num momento de oração por aqueles que estavam seguindo-o, por aqueles que estavam próximos à ele. Em sua oração ele pede ao Pai que esses que o seguiam fossem santificados na Verdade, lembrando que a Palavra do Pai, que enviou Jesus, é a Verdade (v. 17). Portanto, essa santificação deveria ter como base a Palavra. E Jesus não se atem somente no ponto da santificação, mas permanece em oração pelos discípulos rogando ao Pai que estivesse abençoando-os. Só não podemos nos esquecer que Jesus restringe o grupo aos seguidores que o reconhecem com firmeza (v. 9). Isso não quer dizer que devemos deixar de lado quem não vive isso! Mas nós que vivemos isso devemos nos unir, ser um, para que possamos dar testemunho de que o texto é uma verdade e para que possamos cumprir nossa missão, já apresentada anteriormente.

 

        No versículo 20 temos uma guinada na oração: Jesus, que estava intercedendo por aqueles que eram os mais chegados, pelos seus seguidores, começa nesse momento a interceder por todas as pessoas que, pelos dias que viessem, depositassem sua fé, crendo no Senhorio de Dele. Essa mensagem foi transmitida por tantos anos, chegando até nós. E hoje essa Palavra tem uma facilidade maior para ser disseminada, espalhada pelo mundo. Temos hoje o texto impresso, com relatos de atuações e palavras do Senhor Deus, uma vez que Jesus é, ao mesmo tempo atuação (ele esteve entre nós trazendo a apresentação do Reino) e palavra (o Verbo feito carne), além de outras situações que revelam a presença completa de Deus. A preservação dessa palavra tem como principal meio de atuação a intervenção de Deus, uma vez que é Dele que procedem as palavras que encontramos na Bíblia, já que a inspiração veio Dele. Todas as pessoas que forem alcançadas com essa Palavra e vierem a crer em Jesus como enviado de Deus, Senhor e Salvador, estão, conseqüentemente, incluídas nessa oração de Jesus. Onde quer que seja, onde quer que esteja acontecendo uma reunião em nome de Jesus com propósitos sérios na presença do Senhor, quem realmente estiver dentro do propósito do Senhor, será alguém alcançado por essa oração. Esse, então, é um princípio de unidade. Independente de Tempo, Distância ou outro fator, em o Nome de Jesus, estamos unidos.

 

            Cada dia temos mais facilidades para levar essa Palavra: não ficamos apenas com esse Livro de capa, muitas vezes, preta. Internet, CD’s gravados, fitas de áudio, fitas de vídeo, texto em braile… Muitas são as formas de se levar essa mensagem. E, sem contar, que muitas são as formas que podemos nos dedicar ao estudo dessa Palavra: comentários, estudos, pregações já proferidas…, tudo aquilo que se preocupa com um estudo sério da Palavra e quem, aquele/a que se propõe a estudar buscando inspiração no Senhor (e não simplesmente em interesses pessoais), pode ser ajuda para ampliar o nosso próprio entendimento da Palavra e ampliar, também, o alcance dessa Palavra (aquilo que realmente provém do Senhor e não aquilo que provém dos nossos desejos).

 

            Mas é no versículo 21 que temos o foco central dessa unidade: ser um! Muitas vezes vemos esse texto empregado para legitimar a necessidade de união. Entendemos que ele realmente tem essa dimensão. Mas a interpretação dada, muitas vezes tende para a questão de que todos/as aqueles/as que se dizem cristãos/ãs devem manter união para que todos/as que não conhecem o Senhor venham a conhecer. E mais: todas as pessoas precisam se unir, independente de credo social ou religioso, uma vez que Jesus pediu que SEJAMOS UM. Precisamos de uma atenção maior antes de sairmos dizendo o que, na realidade, o texto, nem Jesus, disse. A união dos cristãos/ãs é realmente uma forma de que o mundo (as nações que ainda não conhecem a Cristo) venha a crer e não discordo disso. Não é a única forma que o Senhor tem para que tal tarefa seja desempenhada. Não somos o centro da tarefa de evangelização. Somos um meio que o Senhor se utiliza. Ele poderia fazer tudo sem a nossa “ajuda” (uma vez que, muitas vezes, mais atrapalhamos do que ajudamos). No entanto, no seu infinito amor e na sua infinita inteligência, Ele prefere ainda nos usar como forma de evangelização para que o mundo creia.

 

        Todos/as aqueles/as que realmente são cristãos/ãs devem se unir para que o mundo creia. Mas os que são realmente, e não apenas de nome. Esses que apenas são de nome precisam ser impactados com a mensagem do Senhor e passar a ser alguém com real compromisso com Ele (v. 18). Esses que são cristãos/ãs apenas ‘nominais’ precisam de uma real experiência com o Senhor. Então, seriam estes os que estariam, teoricamente, mais próximos para entender a realidade da mensagem do Senhor. Esses que já conhecem de ouvir falar (ainda que muitas vezes de maneira errada), precisam andar com Deus. Tanto esses como aqueles que não tem nenhum compromisso com o Senhor, precisam ser alcançados com a verdade do Evangelho. Uma das formas para isso acontecer é a união dos cristãos/ãs. Todos/as aqueles/as que são seguidores/as do Pai, tendo uma fé alicerçada no Senhor Jesus Cristo, que tem os mandamentos e os guarda (Jo 14.21), que buscam aprimoramento no entendimento do que são as coisas do Senhor (Ef 4.1-16, com ênfase de 11-14), do que devem fazer para o engrandecimento do nome Dele, do que agrada esse Deus, que buscam as coisas do Espírito e não da carne (Gl 5.16-26), esses/as devem estar em união para que o mundo creia e se renda ao senhorio de Cristo. 

 

            Não podemos limitar essa união a algo apenas dentro de uma única denominação. Cada cristão/ã precisa aprimorar a união, indo sim de encontro às outras denominações. Da mesma forma que um corpo possui vários membros mesmo, sendo um, e cada membro tem uma função e se um sofre todos os outros, como um todo, sofrem, dentro de uma Igreja há várias funções, há trabalhos a serem realizados e quando uma área falha dentro da Igreja, toda a Igreja sofre. Por que não entender Cristo como Cabeça e as várias denominações (que tem compromisso sério com a Palavra e podemos ver isso através do discurso da Igreja e dos frutos) como membros desse corpo? (Cf. 1 Co 12). E quanto mais dentro da própria Igreja! Pés são diferentes de mãos no corpo, mas cada um tem sua função e um não é mais importante que o outro! Não é mais importante dentro da igreja aquela pessoa que está à frente, cantando, pregando, do que aquela que trabalha para que o filtro sempre tenha água! São partes do mesmo corpo!

 

            É claro que existem aqueles/as que estão em uma Igreja ou que dizem que são cristãos/ãs mas que ainda não fazem parte desse ‘rebanho’, tendo Cristo como Pastor (Mt 13.24-30; 36-43). Qual, então, deve ser a nossa atitude frente a tais pessoas? Desprezo? Não. Busca de unidade? Sim e com amor (Mt 5.43-48; Jo 13.34-35), mas para que possamos apresentar o real plano do Senhor para essa pessoa. Quando essa pessoa já tiver com o seu coração depositado diante do Senhor, aí sim estamos dentro da mesma casa tendo Cristo como teto. O mundo habitado daqueles/as que já conhecem o Senhor e caminham com Ele, deve buscar unidade, uma vez que o ponto principal (Jesus como único caminho) estará sendo respeitado (já que estas pessoas estarão vivendo aquilo que é vontade do Senhor). Essa busca de unidade não implica na realização de atividades religiosas em conjunto. Implica em buscar formas de caminhar junto para manifestar a verdade do Evangelho, para levar adiante nossa missão!

 

            Não adianta confessar com a boca que segue a Jesus como Senhor e Salvador. É necessário crer com o coração. A boca pode até dizer que sou cristão/ã. Mas, será que estou convicto/a daquilo que digo? E mais: será que estou preocupado/a em conhecer a Vontade desse Deus e praticá-la em minha vida? (Cf. Rm 10.9-10). Essas pessoas que apenas dizem mas não crêem, ou até crêem mas não praticam, ou por instrução errada (não conhecimento da real verdade) ou por conveniência, precisam ter um encontro real com o Senhor Jesus Cristo, com a Palavra de Deus, para aí sim estarem debaixo do mesmo teto, no mesmo mundo habitado e não em outro. É urgente que aqueles/as que conhecem a verdade do Senhor se unam para que o mundo possa ser evangelizado com a Verdade da Palavra do Senhor. E isso não pode se dar com arrogância ou desprezo: o amor cristão deve pautar essa atitude.

 

            Se alguém se diz cristão/ã mas não se preocupa com as coisas do Senhor, não se preocupa em observar aquilo que O agrada ou não, esse não é cristão/ã realmente. Diante da Palavra, aqueles/as que realmente são cristãos/ãs precisam se unir para buscar a união com aqueles/as que ainda não são. Precisamos ser quem leva a mensagem. Se o/a outro/a não aceitar, não será sobre nós que cairá tal sangue (Ez 3.16-27). Isso implica em que aquele/a que não aceitar a Palavra e a Verdade, não agindo como quem é guiado pelo Espírito, esse/a é guiado pela carne e não tem parte com o Senhor. Aqueles/as que se dizem cristãos/ãs, até realizam obras, mas que não tem experiência em sua própria vida do que fala ou realiza em nome do Senhor, será desprezado pelo próprio Senhor no último dia (Mt 7.15-23).


            Não podemos pautar a união dos/as cristãos/ãs por estatísticas, uma vez que elas dizem que muitos no mundo são cristãos. Glória a Deus porque muitos já ouviram falar e querem, de uma maneira ou de outra, fazer parte desse grupo denominado ‘cristão’! Mas, devemos clamar por misericórdia quando sabemos que muitos desses ditos cristãos/ãs, na realidade, não o são. E isso, claro, também por nossa culpa. Em vez de levarmos a mensagem como ela é, queremos ver aquilo que nos interessa, buscando textos para pretextos. Urge a necessidade de Evangelização, mas não pautada nos nossos anseios, mas na verdade da Palavra, no incentivo a se fazer a vontade do Pai. A união não deve acontecer com os ditos cristãos/ãs, mas com os que são realmente, tanto para alcançar com a Verdade esses “ditos” cristãos como tantas outras pessoas que nem mesmo querem ser reconhecidas dentro desse grupo chamado cristão.

        É claro que muitos povos, línguas e nações não possuem sequer um versículo da Bíblia e, conseqüentemente, torna-se difícil a evangelização nesse lugar. Há grupos indígenas dentro do nosso país (Brasil) nessa situação!. Precisamos nos preocupar com o ide e pregai a todos (Mt 28.18-20) e buscar meios de alcançar essas pessoas que não conhecem nada do Senhor. Mas, em contrapartida, muitos/as já ouviram falar do Senhor e até dizem segui-lO. Conhecem e sabem que há um Deus apenas, e ainda assim, buscam mesclar essa crença num único Deus com outros deuses ou, até, superstições, e ainda assim se dizem cristãos/ãs. Será que podemos dizer que quem faz isso é realmente cristão/ã? Será que podemos dizer que quem assim procede está buscando aprimorar-se no conhecimento do Senhor e da Sua vontade? Na autoridade do Nome de Jesus posso afirmar: NÃO! Agora, é necessário que aqueles/as que já conhecem a verdade que liberta estejam mostrando onde está o erro, isso em amor e, como Jesus, respeitando caso a pessoa não queria aceitar, mas não minimizando a falta de compromisso e de busca da verdade do Senhor, antes denunciando (Lc 18.18-30).

 

            Os cristãos/ãs precisam, sim, se reunir, mas em torno do Senhor Jesus e da Sua mensagem. Devemos, sim, caminhar juntos/as, mas com a vida pautada no Senhor e aquele/a que não o tem, precisa ser advertido do erro e exortado (chamado para o caminho) para a vida em concordância com a Palavra de Deus. O princípio de união não pode ser o desejo humano mas deve, antes, ser o desejo de realizar a Vontade do Senhor. A unidade deve existir para o evangelismo do mundo que não conhece ao Senhor ou já O conhece mas não tem uma vida coerente com o estilo de vida proposto por esse Senhor.

            
                Nós só somos cristãos/ãs autênticos/as quando vivemos de acordo com a Palavra do Senhor e seguindo aquilo que Ele nos ordena. Até mesmo para sermos amigos do Senhor temos que fazer o que Ele nos manda (Jo 15.13-14).

           A união deve acontecer com aqueles/as que buscam a verdade do Senhor para alcançar aqueles/as que não conhecem a realidade. Sejamos um, mas para o mundo crer no Senhor, tê-lo realmente em sua vida, não por interesses fajutos e contrários a vontade do Senhor. Não podemos ser um apenas por ser. Se o teu coração é igual o meu, dá-me a mão. Mas seu coração só será igual o meu se Jesus for Senhor na sua vida, se a Palavra do Senhor for algo vivido e não apenas conhecido em sua vida. O Espírito Santo tem que controlar o teu viver, te convencendo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Se isso acontecer, a Palavra será vivida e não só falada e o que estiver errado será corrigido com a intercessão do Senhor, agindo pelo Espírito Santo (Jo 16.13). Para que o mundo creia e não para o nosso bem estar.

 

Forte abraço.

Em Cristo,

Ricardo, pastor

 

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